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BNDES Investe em Pequenos Bons Negócios

19/07/2010 19:20

BNDES Participa de Fundos Para Investir em Pequenos Bons Negócios

        O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está aumentando a sua participação direta em empresas por meio de fundos de investimentos. A subsidiária de participações do banco, a BNDESpar, é sócia de mais de 30 fundos de investimentos. Só os 27 ligados à Gerência de Fundos do Banco somam R$ 7,1 bilhões de patrimônio e detêm participações acionárias em 170 empresas, a maioria ainda em estágio de desenvolvimento. 

        A bndespar tem funcionado como uma alternativa do banco para a capitalização de empresas de setores considerados estratégicos para a geração de investimentos e empregos ou para estimular processos de consolidação. Tem participação em mais de 160 empresas, de estatais como Eletrobrás e Petrobrás, a companhias de Tecnologia como BEMATECH e TOTVS, com uma carteira que soma quase R$ 93 bilhões em valor de mercado. 

        A entrada do banco no capital de empresas consolidadas obedece a critérios rígidos que envolvem o retorno de dividendos e futura alienação dos papéis. Por isso, a atuação por meio de fundos tem sido uma alternativa para investimentos com maior risco, no qual o banco pode capitalizar empresas cujo potencial de rentabilidade ainda é difícil de precisar. Em geral, a BNDESPAR tem participado de fundos focados em infraestrutura, governança, agronegócio, educação e alimentos com participações minoritárias, que somam R$ 1,4 bilhão. 

        A estratégia de aumento da participação do BNDES em pequenas empresas por meio de fundos começou em 2008, quando foi criada um setor de capital empreendedor a partir da área de mercado de capitais do Banco. Os fundos de private equity são voltados para empresas emergentes e os de venture capital para iniciantes.  

        Um dos principais focos do bndes é fomentar o aproveitamento econômico de projetos de inovação. Por isso, um dos poucos fundos em que o Banco é majoritário é o CRIATEC, no qual banca 80% dos r$ 100 milhões disponíveis para viabilizar até 50 novas empresas de base tecnológica. os outros 20% são aportados pelo banco do nordeste. 

        O fundo criado em 2007 é destinado ao chamado capital semente, aquele que permite a chegada ao mercado de ideias que podem virar um bom negócio. O CRIATEC já aportou r$ 33,7 milhões em 25 empresas. Segundo o gerente do departamento de fundos do bndes, Márcio Spata, deverá fechar 2010 com 30 empresas na carteira, com R$ 40 milhões em aportes aprovados.  

        O CRIATEC acaba suprindo a incapacidade de empresas nascentes em laboratórios e incubadoras de universidades de pleitear linhas de financiamento. Ele é voltado para empreendimentos que faturam até R$ 6 milhões por ano, que só podiam contar com o incentivo de entidades de fomento voltadas para o objeto das pesquisas, como a FINEP. A tarefa do CRIATEC é aprimorar os negócios. 

        Spata explica que, ao se tornar sócio dos donos de ideias que podem virar produtos, conseguem influenciar na estruturação dos negócios. "Gestão é um dos principais itens que fazem com que as novas empresas morram. Os cientistas não estão acostumados a atividades como fazer fluxo de caixa; e não têm que ser, devem focar no objeto principal do negócio", diz. 

        O executivo do BNDES explica que a participação do CRIATEC nas empresas é condicionada à profissionalização, com a criação de estatutos internos de governança e a contratação de administradores. Os inventores geralmente se tornam diretores de pesquisa e desenvolvimento. "Assim otimizamos a atuação dele naquilo em que é melhor", observa Spata. 

        O CRIATEC é administrado por uma gestora privada, que mantém sete pólos espalhados no país para fazer um acompanhamento minucioso das empresas apoiadas. Entre elas, estão companhias de biotecnologia (7), tecnologia de informação (8), robótica (2) e nanotecnologia (1). os produtos que algumas dessas empresas já estão comercializando vão de softwares a respiradores hospitalares, passando por brocas especiais para a indústria de petróleo e controles biológicos que substituem agrotóxicos no agronegócio. 

        "Não adianta só inventar. T
em que ter um produto ou processo que gere valor e resolva um problema de mercado", define Spata. Apesar de a inovação ser recorrentemente caracterizada como uma prioridade no Banco, o volume de participações da BNDESPAR em empresas de grande porte, estimado em R$ 94 bilhões e concentrado em setores de indústria de base e infraestrutura, contrasta com o orçamento modesto do CRIATEC. O gerente do BNDES diz que essa desproporção não vem da falta de recursos, mas da fragilidade dos projetos. Para chegar às 25 empresas, o CRIATEC analisou mais de mil candidatas. 

        "Esse tipo de fundo é muito seletivo. A média mundial é investimento em 1% a 4% daquilo que chega no filtro. O CRIATEC não foge disso porque não tem garantia. São poucas as empresas com o perfil. É preciso analisar bem os riscos. Não dá para financiar todo mundo", justifica Spata. "Não é só colocar dinheiro, isso não é difícil. Queremos focar nas melhores. Se ficarmos só na lógica do desembolso, não conseguimos transformá-las em grandes negócios".

        Para Spata, a experiência do CRIATEC poderá ajudar a atrair investidores privados e os chamados "angels", investidores que funcionam como uma espécie de mecenas de empresas inovadoras com grande potencial de retorno, para dividir com o BNDES o investimento nesse segmento da economia. "o CRIATEC é mais um instrumento, mas ele não resolve o problema da inovação".
 

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Fonte: Yahoo Notícias 

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